terça-feira, 5 de maio de 2009

Assim termina a humanidade. – parte 1



2041. Estou sozinho atravessando o atlântico para encontrar com os outros seis sobreviventes. Eles estão reunidos num laboratório secreto localizado nos subterrâneos da França. Pouca gente sabe, mas quando ativaram o gigantesco acelerador de partículas subatômicas em 2010, os cientistas começaram a desenvolver um protótipo de máquina do tempo. Até agora eles só tinham fito experiências bem sucedidas com ratos, coelhos, gatos e por último com um chimpanzé. Não houve tempo para os testes em humanos. Quando o primeiro teste seria realizado, o pior já tinha ocorrido.

Pouso o avião no aeroporto Charles De Gaulle e sinto a estranheza de encontrá-lo totalmente vazio, ao contrário do que ocorre nas ruas. O cheiro é insuportável. Corpos e mais corpos espalhados por toda a parte. Isso está ocorrendo em todos os lugares e no Brasil não é diferente. Saí de lá observando a mesma cena. O pior são os animais se alimentando dos restos mortais dos humanos. Estou com a arma em punho para o caso de me deparar com algum lobo, urso ou algum carnívoro que escapou do zoológico. Agora eles são os reis do mundo. Após pegar um carro emprestado de alguém que nunca vai pedi-lo de volta, chego ao meu destino. Todos nós usamos roupas protetoras e não ousamos tirá-las para nada.

A minha escolha para viajar no tempo foi óbvia já que a viagem terá como destino o Brasil do ano 2001. Escolhemos dias antes dos ataques de 11/09 para podermos convencer nosso alvo do que estávamos falando. A máquina do tempo é uma esfera, assim como a maioria imaginada pelos falecidos escritores de ficção científica. Ao contrário do Exterminador do Futuro, eu posso entrar vestido dentro dela. A esfera metálica é fechada e programada para 09/09/2001, 1h00 AM. Infelizmente eu teria que voltar, contrariando meu desejo de permanecer em 2001, para evitar o risco de um colapso no tempo se eu encontrasse com meu eu do passado. Quando a esfera começa a acelerar eu apago.

Quando eu acordo me sinto muito tonto. Luto para abrir a porta da cápsula e rezo para não estar no meio de uma favela. Como previsto por meus colegas, eu aterrissei numa parte escondida da Floresta da Tijuca, porém muito próxima á uma rodovia. Tirei meu traje protetor e pude sentir novamente o ar puro em meus pulmões. Felizmente a moda não evoluiu muito nos últimos anos e acabou virando um pastiche de padrões anteriores, sempre se repetindo. Então usei o clássico jeans, uma camiseta, uma blusa de moletom e um tênis. Peguei minha lanterna, me dirigi até a estrada para tentar uma carona até o meu destino: a Fundação Oswaldo Cruz. Continua...

Imagens: Google.

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